Diabetes: Brasil tem 12,5 milhões de pessoas com a doença

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Médica fala sobre os tipos da doença e seus sintomas

 

Por: Leia Mais Bahia

Mais de 50% dos casos de Diabetes Tipo 2 podem ser evitados. Pessoas diagnosticadas com a doença são propensas a desenvolver problemas cardíacos três vezes mais. Esses são dados revelados pela regional baiana da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e ganham relevância neste mês. Isto porque esta quinta-feira (14) é o Dia Mundial da Diabetes. Dados do Atlas Mundial de Diabetes, organizado pela International Diabetes Federation,  apontam que o Brasil tem 12,5 milhões de pessoas com a doença e a previsão é que esse número chegue a 20,3 milhões em 2045.

Endocrinopediatra da Singular Medicina de Precisão, Silvia Lessa explica que existem diferentes tipos de Diabetes. Mais frequente na faixa etária pediátrica, o Diabetes Tipo 1 tem como principal fator de risco a predisposição genética. Crianças e jovens, como recém-nascidos e lactentes, não conseguem expressar os sintomas clássicos da doença, adiando o diagnóstico. O Diabetes Tipo 2 é mais comum entre os adultos, embora, em decorrência do aumento da obesidade infantil, tem sido cada vez mais diagnosticado nessa população.  Alguns dos principais fatores de risco são o excesso de alimentação inadequada, a história familiar da doença em um parente de primeiro ou segundo grau e o sedentarismo, apesar de também ser possível o desenvolvimento por fatores genéticos.

Silvia conta quais sintomas são mais comuns na doença: “Identificamos que existe o que é conhecido como os “4 p”: poliúria, que é urinar em grande quantidade, polifagia, que é a fome excessiva, polidipsia, a sede excessiva, e  perda de peso. Outras queixas freqüentes são cansaço, irritabilidade, visão turva, quadros de infecções por fungos, e nas crianças a queda do rendimento escolar”. Quando desenvolvida em bebês, os sintomas são mais difíceis de serem percebidos: “Deve-se suspeitar dessa possibilidade no paciente que apresenta perda de peso ou ganho ponderal insuficiente, fome voraz, aumento do número de troca de fraldas, e candidíase genital”, alerta.

Os principais riscos podem ser divididos em complicações agudas e crônicas: “Das complicações agudas, a mais temida é a cetoacidose diabética – uma disfunção metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina que pode levar à morte”, esclarece Lessa. Já entre as complicações crônicas, algumas se destacam: retinopatia, catarata, neuropatia, nefropatia, doença vascular periférica, doença cerebrovascular.

A prevenção ainda não é possível quando há forte componente genético, como na Diabetes Tipo 1. A estimativa de risco varia durante a vida, explica a médica: “Uma criança sem história familiar do tipo 1 da doença terá o risco aumentado  de desenvolver esse tipo de Diabetes em 10 vezes se um irmão desenvolver o mesmo tipo”. Nas pessoas com fatores de risco para o tipo 2 da doença, a modificação do estilo de vida é a principal forma de prevenção. Comer saudavelmente, praticar atividade física regular e perder peso são fatores que previnem a evolução para o diabetes tipo 2.

Nos pacientes já diagnosticados com a doença, para evitar complicações agudas crônicas é necessário manter uma alimentação saudável associada à prática de atividades físicas, observar sempre as taxas de glicose, estar atento ao peso,  tomar os medicamentos indicados e manter acompanhamento multiprofissional.

ESTEJA ATENTO AO CONSUMO DE AÇÚCAR

De acordo com a última recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicada em 4 de março de 2015, o consumo diário de açúcar “livre” não deve ultrapassar 10% das calorias diárias e, se possível, não ultrapassar 5%. Isso significa, numa dieta de 2000 calorias/dia, que a quantidade de açúcar “livre” não deve ultrapassar 200 calorias/dia ou 50 gramas/dia. Não confundir com o valor de 50% das calorias totais representadas pelos carboidratos numa dieta normal.

O termo açúcar “livre”, não inclui o açúcar presente naturalmente nos alimentos como nas frutas, vegetais e leite. O açúcar “livre” que faz parte dessa recomendação da OMS é o açúcar extra presente no açúcar de mesa, sucos de frutas (polpas, sucos em caixa), iogurte, refrigerantes (1 lata de refrigerante = até 40 gramas de açúcar), doces, sorvetes, biscoitos, achocolatados, cereais processados e o açúcar adicionado a produtos industrializados (1 colher de sopa de ketchup = 4 gramas de açúcar). O consumo atual de açúcar “livre” no Brasil é de 150 gramas/dia, ou seja, 3 vezes acima da taxa recomendada de 50 gramas/dia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


        

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