O alto índice de sódio ocasiona o broncoespasmo, quando fica difícil respirar, os rins ficam mais lento, causando inchaços além dos cálculos renais
pobre do sal ganhou uma desmerecida fama de vilão nas últimas de décadas. Isso porque, quando consumido em baixa quantidade, o sal, além de ser um excelente realçador de sabor, faz bem para a saúde. A quantidade diária recomendada pela OMS – Organização Mundial da Saúde é de até 6 gramas por dia. Mas, nós, brasileiros alcançamos a média diária de 12 gramas, o dobro do recomendado. Além disso, é comum encontrarmos hipertensos consumindo por volta de 17 gramas/dia.
Por isso não dizemos que o sal é vilão. A quantidade que ingerimos por dia, através de nossos hábitos alimentares, é que pode ser nociva. Muita gente não se dá conta da quantidade que ingere, porque o sal já está incorporado à comida no prato, especialmente se ela for de origem industrializada, onde o excesso de sal é adotado para ajudar no controle dos micro-organismos.
Aliás, veio daí o hábito dos brasileiros de comer tanto sal, baseados nas antigas culturas europeias imigrantes que salgavam o alimento como forma de conservá-lo, já que não havia refrigeradores, como era o caso da carne. Mas o fato é que esse excesso de sal e, por consequência, de sódio na alimentação, já extrapola os antigos e conhecidos limites das doenças cardiocirculatórias, como a hipertensão, e atinge também outros sistemas, efeitos menos conhecidos da população em geral. Dentre eles está o estômago, onde o excesso de sal pode desencadear e piorar casos de gastrite e úlcera causadas por bactérias.
Outro caso pouco conhecido é o dos danos respiratórios, onde o excesso de sal pode provocar crises de asma. O alto índice de sódio ocasiona o broncoespasmo, quando fica difícil respirar. Os rins também sofrem e o processo de eliminação de líquidos pode ficar mais lento, causando inchaços. Cálculos renais também são consequência do sódio na urina, que arrasta o cálcio, mineral matéria-prima das pedras.
Especialistas afirmam que hoje até as crianças estão consumindo excesso de sal, seja através de alguns tipos de papinha e outros alimentos industrializados ou pelo próprio preparo em casa. Por essa razão, recomendam que as papinhas não devem ser feitas junto com a comida da família.
Adaptar o paladar ao baixo volume de sal pode levar algum tempo, por isso é melhor fazer de maneira gradual. Caprichar nas ervas frescas e outros temperos, como o gengibre e o limão, pode ajudar o paladar nesse processo.
E para não errar na medida, lembre-se de que não é só o saleiro o responsável pelo sal extra na sua dieta. Tabletes industrializados, conservas, salgadinhos, queijos, frios e até alguns adoçantes artificiais e refrigerantes podem também ser vilões. Fique atento!
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