Salvador: Cesta básica registra aumento de 1,72% no mês de março

Alguns dos itens que mais subiram de preço foram o tomate, o frango, o arroz e o café


Aumento de tarifas de transportes públicos e reajuste no preço dos medicamentos são apenas dois exemplos de como os meses de março e abril estão pesando no bolso dos baianos. Além desses, os soteropolitanos contaram com mais uma elevação de preço. De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), no mês de março alguns alimentos sofreram uma alta de 1,72%, passando a custar R$ 585,59.

Dos 25 produtos que compõem a cesta básica de Salvador, 13 sofreram uma alta nos preços. Sendo eles o tomate (16,88%), a cebola (13,22%), a banana-prata (12,09%), o queijo prato (9,36%), os ovos de galinha (7,90%), o frango (4,54%), o flocão de milho (3,57%), o feijão (2,64%), o café moído (2,15%), o arroz (1,57%), o queijo muçarela (1,55%), o carne de segunda (1,26%) e o leite (0,34%).

A microempreendedora Ana Paula Fonseca Silva trabalha no ramo alimentício. Ela relata que percebeu que muitos alimentos subiram de preço e que também sumiram das prateleiras. “Percebi bastante esse aumento, as hortaliças e temperos foram um dos produtos que me deixou mais chocada. Esse aumento me afetou muito pelo fato de ter que escolher quais produtos é possível comprar naquele mês e deixar muitas coisas importantes fora da lista”.

Ainda de acordo com Ana, ela precisou repassar o aumento para os clientes para não sair no prejuízo: “Tivemos de realizar mudanças na nossa tabelas de preços para continuar oferecendo o melhor avisando que os produtos sofreram aumentos”, disse.

Segundo o levantamento da SEI, para conseguir comprar a cesta básica no mês de março, seria preciso trabalhar cerca de 98h, o que comprometeria 44,84% da renda mínima. O economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-Ba), Edval Landulfo, pontua que as primeiras pessoas a sentirem o impacto da alta no preço dos alimentos são, justamente as famílias de baixa renda, que recebem até dois salários mínimos.

“A partir do momento em que uma determinada classe social, como as famílias da classe D e E, deixa de comprar um determinado produto que seria básico para comprar um de baixa qualidade, aí você percebe que qualquer oscilação nessa cesta básica, ela demonstrará que a classe menos favorecida é a que sofre primeiro esse impacto, é a que vai deixar de consumir um determinado produto ou substituir o seu consumo por um de baixa qualidade”, falou.

Bacharel em Psicologia, Joseane Melo Barros conta que gasta cerca de R$1.200 por mês no mercado e que percebeu que produtos como o frango, arroz e carne aumentaram no último mês. Apesar disso, Joseane usa estratégias na hora de ir às compras. “Algumas mudanças que fiz, foi não comprar tudo no início do mês, e só comprar quando estão em promoção. Além disso, eu compro os itens em promoção em quantidade maior, para economizar um pouquinho no mês seguinte”, revelou.

É comum que muitas famílias baianas precisam “descobrir um santo para cobrir outro”, ou seja, deixam de comprar um alimento caro, por um mais em conta e de baixa qualidade. Diante disso, o economista Edval Landulfo, dá algumas orientações para economizar nos supermercados.

“A pesquisa de preço tem que existir em toda ocasião, em compra de qualquer produto, seja alimentar ou não. Para sair para fazer compras, tem que ter uma lista tanto do que vai comprar nos mercados e também nas feiras. Para produtos industrializados, comprar numa menor quantidade para que essas empresas também sintam esses impactos e possam gerar promoções”, orientou.








Por Quézia Silva – Trbn

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