Na era digital e polarizada, educadores enfrentam obstáculos tecnológicos, políticos e emocionais para manter viva a essência do ensino
Em meio a uma sociedade cada vez mais conectada, dividida politicamente e em constante transformação, o papel do professor também passou por profundas mudanças. Se antes bastava dominar o conteúdo e a didática, hoje o educador precisa ser, ao mesmo tempo, técnico, mediador, terapeuta e, muitas vezes, resistente.
A digitalização do ensino, acelerada pela pandemia, trouxe ferramentas inovadoras, mas também sobrecarregou os professores com novas demandas tecnológicas para as quais, muitas vezes, não foram preparados. A falta de formação continuada agrava o cenário, enquanto a pressão por resultados e o engajamento com alunos cada vez mais dispersos tornam o ambiente escolar ainda mais desafiador.
Além disso, em um contexto político polarizado, muitos professores têm lidado com tentativas de censura e vigilância ideológica dentro da sala de aula, o que ameaça a liberdade de ensinar e compromete o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes.
O adoecimento mental entre educadores também se tornou uma epidemia silenciosa. Síndromes como o burnout atingem em cheio uma categoria que, além de mal remunerada, é constantemente desvalorizada. E diante de tantos desafios, resta uma pergunta urgente: quem cuida de quem ensina?
A nova era exige mais dos professores, mas também impõe uma reflexão: é possível exigir tanto sem oferecer o suporte necessário?
