Por Eliezer de Santana Santos
Trump associa paracetamol ao autismo, e OMS desmente declaração
O presidente estadunidense Donald Trump se envolveu em nova polêmica sobre o uso de medicamentos. Na última segunda-feira (22), Trump afirmou que o uso do Paracetamol por gestantes poderia estar por trás do aumento nos diagnósticos de autismo no país. O mandatário afirmou, ainda, que alguns grupos que não tomaram vacinas e nem tomaram medicamentos, não há registro de autismo.
OMS rebate
A declaração foi prontamente desmentida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em nota, a entidade afirmou que não existem bases científicas conclusivas para associar o uso do paracetamol ao autismo.
“As causas exatas do autismo não foram estabelecidas, e entende-se que há múltiplos fatores que podem estar envolvidos”, destacou a OMS. A organização reforçou que qualquer medicamento durante a gestação deve ser utilizado com cautela e sempre sob orientação profissional.
A Comissão Europeia também se manifestou. Segundo um porta-voz do bloco, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não encontrou evidências que sustentem a hipótese levantada por Trump ao relacionar o Tylenol (nome comercial do paracetamol) à condição.
O que é o espectro autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por diferentes graus de dificuldades na comunicação, interação social e comportamento. Os sinais podem incluir atraso na linguagem, na aprendizagem ou nas habilidades sociais e emocionais.
Enquanto alguns indivíduos no espectro apresentam quadros mais severos, com ausência de fala e deficiência intelectual, a maioria manifesta formas mais leves.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, o aumento dos diagnósticos de TEA nas últimas décadas se deve principalmente a dois fatores:
- critérios médicos mais abrangentes e melhores triagens;
- maior procura por avaliação, impulsionada pela divulgação do tema e pela oferta de apoio educacional nas escolas.