O medo de sofrer algum tipo de violência, da desqualificação intelectual ao assédio sexual, nas universidades faz parte do cotidiano de 42% das mulheres estudantes no país. E 36% delas já deixaram de fazer alguma atividade nos locais onde estudam por causa desse temor.
É o que mostra a pesquisa inédita “Violência contra a mulher no ambiente universitário”, divulgada nesta quinta-feira na capital paulista. A iniciativa é uma realização do Instituto Avon em parceria com o instituto de pesquisa Data Popular.
O levantamento foi dividido em duas etapas: uma fase quantitativa, realizada online, com 1.823 estudantes (60% mulheres e 40% homens) de todo o país, e uma qualitativa, com grupos de discussão, envolvendo participantes de ambos os sexos.
Foram entrevistados universitários que cursam graduação e pós-graduação em instituições públicas e privadas, entre os meses de setembro e outubro. Da parte dos estudantes homens, o estudo revela que eles ainda não reconhecem alguns comportamentos como formas de violência. Exemplo disso é que 27% deles não consideram violência abusar da garota se ela estiver alcoolizada e 31% deles não consideram violência repassar fotos ou vídeos das colegas sem autorização delas.