O estudo mostrou que os adultos entre 35 e 85 anos, não diabéticos, mas com um ou mais riscos cardiovasculares se beneficiaram da dieta
Controversa, a dieta com baixo índice de carboidratos e baseada em carnes, gorduras, verduras, legumes e água – ou tudo o que se comia no período paleolítico – foi a protagonista de um estudo da Cardiovascular Associates em Virginia Beach, nos Estados Unidos, que buscou entender se esse tipo de alimentação poderia trazer algum benefício para a saúde cardiovascular.
O estudo mostrou que os adultos entre 35 e 85 anos, não diabéticos, mas com um ou mais riscos cardiovasculares se beneficiaram da dieta. O estudo acompanhou 79 obesos (79% eram mulheres) durante 60 dias. Exames para avaliar a saúde como um todo foram feitos antes de começar a dieta, como medir o peso, a pressão arterial, a resposta à glicose, hemoglobina glicada (exame que detecta as variações do nível de açúcar no sangue e indica se há diabetes) e exames de colesterol.
Cada participante teve de manter um diário alimentar e se reunir semanalmente com a equipe multidisciplinar que os acompanhavam. Os exames foram repetidos depois de 60 dias do estudo e avaliados pelos cientistas.
E os resultados foram promissores: a média de perda de peso foi de cinco quilos, e os níveis de colesterol ruim tiveram uma queda muito boa. Além disso, a pressão arterial baixou, bem como o risco de desenvolver diabetes diminuiu.
Entenda como é feita a dieta paleolítica
A nutricionista explica que essa é uma dieta que procura resgatar a alimentação dos seres humanos na época paleolítica. “Ela se baseia no consumo liberado de fontes proteicas de origem animal, frutas e vegetais. Açúcares são excluídos das dietas, assim como óleos em geral, de soja, canola, girassol”, explica ela.
Segundo a nutricionista, os carboidratos permitidos são somente aqueles presentes nos vegetais, ou seja, não é permitido comer arroz, trigo, centeio e derivados. As oleaginosas, como nozes e castanhas, são bem-vindas.
“Leites e derivados também são excluídos da dieta, assim como as leguminosas, como o feijão, a ervilha e a lentilha”, diz.
O azeite é um dos óleos saudáveis e permitidos, já os alimentos industrializados, de qualquer tipo, são abolidos.
Segundo a nutricionista, quando a dieta é seguida de forma correta, ela é muito válida, mas que o consumo liberado de fontes proteicas de origem animal (carnes em geral) deve ser visto com cautela, já que o excesso de proteínas pode causar uma sobrecarga renal.
“Além disso, dependendo do tipo e corte da carne, ela contém uma grande quantidade de gordura saturada, que pode levar a doenças cardiovasculares”, alerta.
A nutricionista ainda alerta para o consumo de cálcio. “ele pode sim ser adquirido através de fontes vegetais, porém nem sempre é muito fácil atingir a recomendação diária, uma vez que os leites e derivados também não fazem parte da dieta. Tudo feito com moderação pode trazer bons resultados”, aconselha.
O que pode na dieta paleolítica:
– Todos os tipos de carnes
– Nozes, castanhas, pistache e oleaginosas em geral
– Gorduras, como o azeite de oliva
– Frutas
– Verduras
– Legumes
– Água
O que não pode:
– Leites e derivados
– Leguminosas, como feijão, ervilha e a lentilha
– Óleos como o de soja, de canola e de girassol
– Açúcares de qualquer tipo
– Alimentos industrializados
– Grãos ou alimentos com trigo, centeio, arroz ou derivados