Lorena Xavier, de 22 anos, foi coroada na madrugada deste domingo (16), a 44ª Deusa de Ébano do Ilê na Noite da Beleza Negra.
A dançarina e comunicadora, Lorena Xavier Silveira Bispo, de 22 anos, foi coroada a 44ª Deusa de Ébano do Ilê na Noite da Beleza Negra. O tradicional evento, promovido pelo bloco afro Ilê Aiyê, começou na noite de sábado (15) e terminou na madrugada deste domingo (16), com a participação de artistas e dezenas de pessoas que lotaram a Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador.
Lorena é do bairro de Itapuã, na capital baiana, e pela segunda vez concorreu ao posto de rainha do “Mais Belo dos Belos”. No ano passado, ela foi uma das princesas e em 2023, foi a rainha de outro famoso bloco afro da capital baiana, o Malê Debalê.
Em 2025, a responsabilidade aumentou, com o peso da coroa. “O Ilê é uma instituição de mecanismo social, político, cultural e artístico. Então, o meu compromisso enquanto Deusa do Ébano é dar continuidade e zelar por isso”, disse a jovem.
“Ser Rainha do Ilê é honrar a força das que vieram antes de mim, manter viva essa chama e abrir caminhos para quem vem depois. Por mais que o mundo diga não, a gente precisa persistir, ter equilíbrio, sabedoria e discernimento para acreditar no que nós somos e seguir sendo em busca desse sonho”, declarou.
Lorena recebeu a coroa de Larissa Valéria Sá Sacramento, eleita a rainha do ano passado. A grande vencedora da edição de 2025 fará sua estreia oficial no Carnaval de Salvador, quando o primeiro bloco afro do Brasil desfilará com o tema “Kenya: Berço da Humanidade”.
A psicóloga Tainã Santana Vieira, de 31 anos, e a arte-educadora Stephanie Ingrid Silva Souza de Deus, de 23 anos, ambas de Salvador, ocuparam o segundo e o terceiro lugar na disputa, respectivamente, e vão reinar ao lado de Lorena.
Mais do que uma competição, a Noite da Beleza Negra reafirma a diversidade e potência feminina, fortalece a autoestima de mulheres negras e amplia a representatividade do povo preto. Para além da escolha de uma rainha, a festa celebra e preserva a herança deixada pelos negros escravizados que povoaram a Bahia na época do colonialismo.
O Curuzu é o mundo
Com o tema “O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a percussão”, a 44ª edição do evento reforçou o papel do Ilê Aiyê na difusão da cultura afro-brasileira. Além da coroação, a noite foi marcada por encontros musicais e performances que enalteceram a riqueza da cultura afro-baiana.
A cantora e atriz Jeniffer Nascimento subiu no palco ao lado da também atriz Cris Vianna. O ator baiano Sulivã Bispo fez uma pequena apresentação da peça teatral Koanza. A Banda Didá, a cantora Rachel Reis e o grupo Afrobapho também participaram do evento.
Nesta edição, a festa homenageou Dete Lima, uma das fundadoras do bloco. Atual diretora e estilista, a artista plástica responsável pelas indumentárias que marcam as apresentações do Ilê em todo o mundo recebeu reverências em agradecimento aos serviços prestados na Senzala do Barro Preto.
G1/BA – Foto: Amanda Ercília/GOV-BA