Cerimônia celebra o protagonismo feminino negro e destaca trajetórias de mulheres que atuam nas áreas da política, saúde, segurança, comunicação e empreendedorismo.
A Câmara Municipal de Salvador realiza, no próximo dia 25 de julho, às 17h, no Centro de Cultura da Casa, a cerimônia do Prêmio Maria Felipa, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional da Mulher Negra. A solenidade, conduzida pela vereadora Ireuda Silva (Republicanos), celebra os 15 anos da premiação, consolidada como um dos principais reconhecimentos à trajetória de mulheres negras que se destacam na luta por direitos e contra o racismo.
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, Ireuda destacou o peso simbólico da homenagem:
“Num país ainda marcado pelas feridas do racismo e da desigualdade de gênero, reconhecer o protagonismo da mulher negra é reafirmar nossa resistência e centralidade histórica.” disse a vereadora.
Desde sua criação, o prêmio já laureou nomes de relevância nacional e internacional, como a ativista da ONU Kenia Maria, a embaixadora Abena Busia e a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Em 2025, 27 mulheres receberão a honraria, entre elas autoridades, profissionais da comunicação, saúde, segurança pública e lideranças comunitárias. A lista inclui:
- Eliete Paraguassu e Isabela Sousa (vereadoras);
- Dalila Garcez (psicóloga);
- Kauane Brito (jornalista, TVE);
- Ana Portela (TV Câmara), Manuela Rosa (Rádio Câmara) e Priscila Pires (TV Aratu);
- Simone Dias, Ana Paula Costa e Reijane Dantas (oficiais da PMBA e Bombeiros);
- Rosenir Almeida (subtenente da Ronda Maria da Penha);
- Nasciara Nascimento (capitã de Corveta) e Gladys Melo (3º sargento do Exército);
- Profissionais como Priscila (fisioterapeuta), Patrícia Maria (ginecologista), Silvia Gonçalves (professora) e Tatiana Factum (empreendedora) também serão homenageadas.
Heroína esquecida da Independência liderou resistência na Ilha de Itaparica
Pouco lembrada nos livros de história, Maria Felipa de Oliveira foi uma figura crucial na luta pela Independência da Bahia. Marisqueira e pescadora nascida na Ilha de Itaparica, ela comandou, em 1823, um levante popular que reuniu mais de 200 pessoas — entre elas, mulheres negras, tupinambás e tapuias — contra as investidas das tropas portuguesas na região.
Sua liderança aguerrida resultou em uma série de ataques bem-sucedidos, que culminaram no incêndio de ao menos 40 embarcações inimigas, segundo registros históricos. Ao lado de nomes como Joana Angélica e Maria Quitéria, Maria Felipa consolidou-se como símbolo da resistência baiana, apesar do apagamento sistemático de sua memória ao longo dos séculos.
A premiação reafirma o papel central das mulheres negras na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
ASCOM Ver. Ireuda Silva – Republicanos