Enquanto milho e soja impulsionam produção recorde, retração no feijão e no tomate pode impactar preços nas feiras e supermercados
A Bahia caminha para atingir sua maior safra de grãos da história em 2025, com previsão de colher 12,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, um avanço de 12,7% em relação a 2024. O dado, divulgado pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, destaca o protagonismo de culturas como milho, soja e algodão, fundamentais para a economia e a segurança alimentar do estado.
O milho lidera esse crescimento com uma produção estimada em 1,93 milhão de toneladas, 24,6% superior à do ano anterior. A alta no volume e no rendimento da lavoura poderá refletir em preços mais acessíveis para alimentos derivados, como carnes e laticínios, dada sua relevância na produção de ração animal.
Em contrapartida, o feijão da primeira safra apresenta queda expressiva de 37%, com produção prevista de apenas 86,4 mil toneladas. Esse recuo, somado à redução de 48,4% na colheita de tomate e à leve retração da cana-de-açúcar, deve gerar pressão inflacionária sobre produtos básicos na alimentação das famílias.
Já a soja mantém sua força como carro-chefe das exportações, com projeção de 8,6 milhões de toneladas, alta de 14,3%. O algodão também se destaca, com mais de 1,8 milhão de toneladas, consolidando a Bahia como segundo maior produtor do país, atrás apenas do Mato Grosso.
Outros cultivos estratégicos registram crescimento, como a mandioca (14,7%), o café canephora (18%) e a uva (84,4%), ampliando oportunidades de renda, especialmente entre pequenos produtores e cooperativas.
Das 26 culturas analisadas, 17 apresentam incremento na produção, o que tende a garantir maior oferta e relativa estabilidade de preços. No entanto, a oscilação entre ganhos e perdas evidencia a importância da gestão de riscos climáticos e de políticas públicas de apoio ao produtor rural.
No contexto nacional, o Brasil deve alcançar um volume recorde de 340,5 milhões de toneladas em 2025. Com esse desempenho, a Bahia reforça seu papel estratégico no agronegócio brasileiro, influenciando diretamente o mercado interno e o cotidiano dos consumidores.
Foto: Reprodução Internet