Bahia reforça protagonismo dos catadores e amplia ações de reciclagem

Foto: Reprodução Internet

Estado celebra Dia do Reciclador com avanços na economia circular, inclusão social e políticas ambientais estruturantes

No Dia do Reciclador e da Reciclagem do Lixo, comemorado em 22 de novembro, a Bahia destacou a importância dos trabalhadores que transformam resíduos em novos recursos e sustentam a cadeia da economia circular. Em Salvador e em outras regiões do estado, catadores e cooperativas têm recebido maior reconhecimento e apoio institucional, reflexo de políticas públicas que visam ampliar a coleta seletiva, fortalecer a logística reversa e garantir inclusão socioprodutiva.

Durante o II Encontro dos Catadores e Catadoras da Bahia, o coordenador de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, João Paulo Ribeiro, reafirmou o compromisso do governo em valorizar essa categoria. Ele defendeu que os catadores sejam respeitados, reconhecidos e remunerados, destacando a relevância social e ambiental do trabalho que desempenham. O Estado, segundo ele, tem buscado ampliar o diálogo com cooperativas, fortalecer a gestão de resíduos e estruturar políticas baseadas em justiça climática.

Nesse cenário, a participação das mulheres recicladoras ganha visibilidade, simbolizada pela liderança de Michele Almeida, vice-presidenta da Cooperativa Camapet. Para ela, assumir posições de gestão representa um avanço diante de um histórico de discriminação e exclusão. Michele reforça, contudo, que a remuneração adequada pelos serviços ambientais ainda é um desafio urgente.

A Bahia tem investido em ações estruturantes, como expansão de ecopontos, campanhas de educação ambiental, parcerias técnicas, projetos de logística reversa e capacitações para cooperativas. Entre os programas mais consolidados está o EcoFolia Solidária, que no último Carnaval instalou 11 ecopontos, forneceu EPIs, alimentação e remuneração por quilo coletado. Em poucos dias, 681 catadores recolheram quase 13 toneladas de recicláveis.

O estado também se destaca em fóruns regionais e nacionais sobre economia circular. Em eventos no Nordeste, João Paulo Ribeiro ressaltou que a Bahia trabalha na regulamentação da Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), preparando um edital que reconheça financeiramente o serviço ecossistêmico prestado pelos catadores. Ele enfatizou ainda a articulação com os 27 territórios de identidade, consórcios públicos e a UPB para fortalecer a política de resíduos sólidos.

Todas essas iniciativas integram o Plano Estadual do Meio Ambiente e o Plano Estadual de Saneamento Básico, que preveem expansão da coleta seletiva, fortalecimento da logística reversa, apoio às cooperativas e programas de gestão ambiental compartilhada.

A atuação baiana também ganhou destaque na COP30, realizada em Belém, onde o estado apresentou experiências bem-sucedidas de inclusão socioprodutiva, gestão de resíduos e economia circular. A participação reforçou a necessidade de políticas ambientais que combinem tecnologia, infraestrutura e justiça social pilares considerados essenciais para enfrentar os desafios climáticos globais.

Com essas ações, a Bahia se consolida como referência nacional em reciclagem, inclusão de catadores e construção de um modelo sustentável pautado pela valorização do trabalho ambiental.

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