Bahia lidera ranking nacional de desigualdade

O estado teve o maior Índice de Gini (ou a maior desigualdade) do país para os rendimentos de trabalho efetivamente recebidos: 0,599

 

O aumento da desigualdade nos rendimentos de trabalho na Bahia, entre 2016 e 2017, se reflete no Índice de Gini, que mede a desigualdade numa distribuição qualquer e vai de 0 a 1, sendo mais desigual quanto mais próximo de 1.

No ano passado, o estado teve o maior Índice de Gini (ou a maior desigualdade) do país para os rendimentos de trabalho efetivamente recebidos: 0,599, com um aumento frente a 2016 (quando havia sido de 0,537) e acima da média nacional, que foi de 0,524 em 2017 e 0,525 em 2016 – ou seja, manteve-se estável com uma leve tendência de queda.
Os estados com menores desigualdades entre os rendimentos de trabalho, em 2017, foram Santa Catarina (0,408), Rondônia (0,438) e Mato Grosso (0,446).

Entre 2016 e 2017, a Bahia foi o estado brasileiro em que mais cresceu a desigualdade nos rendimentos efetivamente recebidos por todos os trabalhos (salário), puxada, sobretudo, pelo forte aumento verificado nos rendimentos dos que ganham mais. O movimento foi em sentido contrário ao do país como um todo, onde a distância entre os que ganham mais e os que ganham menos se manteve relativamente estável no período, com uma pequena redução.

De um ano para o outro, o salário médio real (descontada a inflação) da metade dos trabalhadores que ganhavam menos na Bahia caiu de R$ 472 para R$ 444 (-5,9%), enquanto o rendimento médio de trabalho dos 10% de trabalhadores com maiores salários aumentou 31,7%, passando de R$ 5.946 para R$ 7.833.

Assim, de 2016 para 2017, na Bahia, a distância entre o 10% de trabalhadores com os maiores rendimentos e a metade dos trabalhadores com menores rendimentos teve o maior aumento do país: cresceu 40,0%, enquanto, na média nacional, houve uma relativa estabilidade, marcada por uma pequena redução de -0,50%.

Em 2017, na Bahia, os 10% de trabalhadores com maiores rendimentos ganhavam, em média, 18 vezes o salário da metade dos trabalhadores que ganhavam menos. Essa diferença havia sido de 13 vezes em 2016. No paíscomo um todo, a distância permaneceu em 12 vezes de um ano para o outro.

O incremento no rendimento de trabalho dos que já ganhavam mais, entre 2016 e 2017, levou a um aumento de 13,1% no rendimento médio mensal efetivamente recebido pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalhavam, na Bahia: de R$ 1.397 para R$ 1.580. Foi o maior aumento percentual entre os estados, empatado com o verificado na Paraíba.

Entretanto, esse aumento salarial (+13,1%) na Bahia foi fortemente concentrado nos 10% de trabalhadores que ganhavam mais (+31,7%), enquanto os 90% restantes tiveram queda média de 0,9% nos seus rendimentos (de R$ 892 para R$ 884).

No país como um todo, o rendimento médio de trabalho efetivamente recebido caiu 2,0% entre 2016 e 2017, de R$ 2.223 para R$ 2.178. Embora tenha aumentado, o salário médio na Bahia, em 2017 (R$ 1.580), além de continuar abaixo da média do país (R$ 2.178), era o 8º mais baixo entre os estados – em 2016, o estado tinha o 4º menor rendimento médio de trabalho do país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha do Estado

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