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Bahia lidera ranking de violência no Brasil em números absolutos e tem cinco cidades entre as dez mais violentas do país

Foto: Reprodução: Internet

Estado lidera em números absolutos de homicídios e tem cinco cidades entre as mais violentas do país, apesar de registrar queda nos índices de violência em 2024, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

A Bahia voltou a ocupar uma posição alarmante no cenário nacional da violência. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o estado figura como o mais violento do país em números absolutos. Além disso, cinco municípios baianos integram a lista das dez cidades mais violentas do Brasil.

No recorte proporcional que considera a taxa de homicídios por 100 mil habitantes a Bahia aparece como a segunda unidade federativa mais violenta do país, atrás apenas do estado do Amapá.

A cidade de Jequié, localizada no sudoeste baiano, ocupa a segunda colocação entre os municípios mais violentos do Brasil, ficando atrás apenas de Maranguape, no Ceará. Também figuram no ranking Feira de Santana (segunda maior cidade do estado), Juazeiro, Simões Filho e Camaçari, todas marcadas por altos índices de criminalidade letal.

Queda no número de homicídios, mas permanência no topo

Apesar da presença expressiva no ranking da violência, os dados do anuário apontam uma queda de 8,4% nas mortes violentas intencionais na Bahia em relação ao ano anterior. Em 2023, seis cidades baianas integravam a lista das dez mais violentas; este ano, o número caiu para cinco.

O relatório também mostra redução nos índices de violência em quatro dos cinco municípios baianos listados: Jequié, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana apresentaram melhora nos indicadores, enquanto Juazeiro foi na contramão e registrou aumento da violência.

Conforme o FBSP, a escalada da violência nessas localidades está diretamente relacionada à disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas, que tem provocado confrontos armados e elevado os índices de homicídios.

Intervenções policiais e letalidade

Outro dado preocupante destacado pelo levantamento refere-se à letalidade policial. Em 2024, a Bahia manteve a segunda maior taxa de mortes causadas por intervenções policiais do país, perdendo apenas para o Amapá. Seis cidades baianas, incluindo Santo Antônio de Jesus, aparecem no ranking das dez com maior número de mortes decorrentes da ação das forças de segurança, considerando municípios com mais de 100 mil habitantes.

Santo Antônio de Jesus apresentou uma taxa de letalidade policial de 30,2%, índice consideravelmente acima da média nacional, que é de 22%.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), houve uma redução contínua das mortes violentas nos últimos dois anos, sendo 6% em 2023 e 8,2% em 2024. A SSP destacou também o trabalho da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) em Jequié, que teria contribuído para conter o avanço da violência no município. No entanto, o órgão não detalhou o tipo de operação realizada ou o período em que foi executada.

Em relação à atuação da polícia, a secretaria afirmou que todas as ocorrências com mortes por intervenção legal estão sendo apuradas pela Polícia Civil e pelas respectivas corregedorias. Como medida de aperfeiçoamento da atuação policial, a SSP destacou a Portaria nº 070-CG/2025, que prevê o afastamento temporário e o acompanhamento psicológico de agentes envolvidos em ocorrências fatais, além de oferecer suporte jurídico e emocional aos profissionais.

Explosão nos casos de estelionato

O anuário também revelou um aumento expressivo nos crimes de estelionato na Bahia, especialmente aqueles praticados por meios eletrônicos. Em 2024, o estado registrou 116.767 ocorrências de estelionato, um crescimento de 13,4% em relação aos 102.845 casos de 2023.

No caso específico de crimes digitais, o salto foi ainda mais expressivo: de 7.723 ocorrências em 2023 para 10.116 em 2024, o que representa um aumento de 30%. A expansão desses crimes acompanha a tendência nacional e evidencia a necessidade de reforço na segurança cibernética e nas ações de prevenção à fraude digital.

O cenário retratado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 reforça os desafios enfrentados pela Bahia no combate à criminalidade. Mesmo com a redução de indicadores em algumas frentes, a persistência de altos índices em municípios estratégicos, a crescente letalidade policial e o avanço da criminalidade digital exigem ações integradas, investimentos estruturais e políticas públicas eficazes para frear o avanço da violência no estado.












Redação – Foto: Reprodução Internet

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