Por Eliezer de Santana Santos
Especialistas apontam que novo modelo pode aumentar concorrência e notas de corte
O Ministério da Educação (MEC) publicou o Edital nº 22/2025, que trata da adesão das instituições públicas e gratuitas de ensino superior ao processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (SISU) 2026. A principal novidade é a mudança na forma de ingresso dos candidatos, que, a partir do próximo ano, poderão utilizar as notas obtidas nas três últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — 2023, 2024 e 2025 — por meio de um cálculo de média ponderada.
A alteração substitui o modelo anterior, que considerava apenas o desempenho mais recente do candidato. A expectativa é de que o novo formato modifique significativamente o cenário de ingresso nas universidades públicas, beneficiando estudantes que obtiveram boas notas em anos anteriores, mas que não alcançaram a nota de corte exigida para a aprovação.
Maior flexibilidade e inclusão
De acordo com especialistas em educação, a mudança torna o processo mais flexível e inclusivo, ao permitir diferentes possibilidades de ingresso. A expectativa é de que o novo modelo reduza a pressão sobre os candidatos e contribua para o preenchimento de vagas ociosas nas universidades públicas.
Entretanto, os especialistas também alertam que o sistema pode intensificar a concorrência, sobretudo nos cursos mais disputados, elevando as notas de corte e criando vantagens para os candidatos que já possuem notas acumuladas de edições anteriores do Enem.
Falta de consenso entre estudantes
A medida tem gerado debates nas redes sociais. Enquanto alguns consideram a mudança positiva, por ampliar as oportunidades de ingresso, outros avaliam que o novo formato pode prejudicar estudantes que farão o Enem pela primeira vez.
Para esses candidatos, o modelo pode ser injusto, já que concorrentes de anos anteriores terão mais experiência com o exame e poderão disputar as mesmas vagas com maior vantagem.
SISU 2025 em números
Segundo dados divulgados pelo MEC, o SISU 2025 ofertou 261.779 vagas em 6.851 cursos de graduação distribuídos em 124 instituições públicas de ensino superior em todo o país. Ao todo, 254,8 mil candidatos participaram pela ampla concorrência, 111 mil na modalidade de cotas e 14 mil por meio de ações afirmativas específicas das universidades.
Com as mudanças previstas para 2026, o MEC espera ampliar o acesso e melhorar o aproveitamento das vagas nas instituições públicas, ainda que o novo modelo traga desafios tanto para os gestores quanto para os candidatos.





