Por Eliezer de Santana Santos
A terceira etapa do Campeonato Baiano de Orientação Sprint agitou a capital baiana no último domingo (19). Realizada na Academia de Polícia Militar, no bairro do Bonfim, a competição reuniu 180 atletas inscritos e foi marcada por muita adrenalina, concentração e espírito esportivo.
O evento recebeu competidores de diversas regiões do estado e foi coordenado pelo Clube Carcará Expedições e Aventuras, em parceria com a Federação Baiana de Orientação (FBO). A etapa teve papel importante no ranqueamento nacional da modalidade e na seleção de atletas para a equipe brasileira que disputará torneios internacionais.
“A proposta e a meta que a gente traçou foram alcançadas. As três etapas de Sprint realizadas até agora tiveram uma participação bastante expressiva de atletas. Este ano, em especial, a Federação Baiana dividiu o Campeonato Baiano em modalidades Sprint, que são mais rápidas: o atleta faz a prova em um tempo menor, geralmente em até 50 minutos, além do tempo do ‘zerador’, que realiza a validação dentro da proposta do traçador de percurso”, explicou Érica Teles, presidente da Federação Baiana de Corrida de Orientação.
Segundo Teles, anualmente, a federação local indica duas provas válidas para o ranqueamento nacional dos atletas de elite — ou seja, os competidores de alto rendimento. “A terceira etapa da Sprint é uma dessas provas que contam pontos para o ranking nacional, permitindo que os atletas sejam convocados pela seleção brasileira para representar o país no Campeonato Mundial”, completou.
Carcará Expedições e Aventuras: tradição na modalidade
O Clube Carcará Expedições e Aventuras, considerado o mais tradicional de Salvador na modalidade, foi o responsável por coordenar a terceira etapa estadual. Atualmente, o grupo conta com cerca de 80 competidores distribuídos em diversas categorias.
Neste ano, o Carcará participará de oito competições de corrida de orientação, sendo quatro em áreas de floresta e quatro na modalidade Sprint, realizada em ambiente urbano.
De acordo com Samuel da Silva Santos, presidente do clube, a corrida de orientação em áreas urbanas tem grande potencial para atrair novos praticantes.
“A corrida de orientação em área urbana é um chamativo para que as pessoas conheçam o esporte. A modalidade Sprint cumpre esse papel de difusão, porque acontece em regiões urbanas, onde o público pode observar, perguntar e se interessar em praticar o esporte”, destacou.
Santos também ressaltou que a vertente mais difundida da modalidade ocorre em ambientes de floresta, aproveitando diferentes biomas brasileiros — como caatinga, cerrado e pampas —, o que torna cada prova única e desafiadora.
A corrida de orientação
A corrida de orientação é um esporte reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Nela, o atleta, de forma individual, deve percorrer um percurso em terreno variado e desconhecido, passando obrigatoriamente por pontos específicos chamados de Pontos de Controle (PC), indicados em um mapa distribuído antes da prova.
Durante a competição, é permitido apenas o uso de bússola, sendo proibido o uso de equipamentos eletrônicos de GPS. O desempenho do atleta depende de sua condição física, capacidade de leitura de mapas e rapidez de orientação no terreno.
Os percursos podem incluir terrenos de areia, florestas, relevos acidentados e áreas urbanas, com níveis de dificuldade ajustados conforme a categoria e idade dos participantes, que podem variar de 10 a 70 anos.
