Por Eliezer de Santana Santos
Equipes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta sexta-feira (12), em São Paulo, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele é acusado de atuar como lobista e intermediador entre entidades que fraudavam dados de aposentados e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
No final de abril deste ano, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto, com o objetivo de desarticular um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Esses descontos eram feitos por meio da criação de entidades associativas, muitas delas criadas especificamente para promover os desvios.
A investigação apurou que as empresas de Antunes funcionavam como intermediárias financeiras entre as associações e, para isso, recebiam parte dos valores desviados. Para “facilitar” sua atuação junto ao INSS, Antunes aliciava funcionários por meio da distribuição de propina.
Segundo levantamentos da CPMI em curso no Congresso Nacional, as primeiras denúncias sobre os delitos chegaram aos órgãos de controle em 2018, mas nenhuma medida efetiva foi adotada para coibir as fraudes.
De acordo com informações preliminares da CGU, o esquema de desvios de recursos de aposentados soma R$ 6,3 bilhões. O governo federal editou uma medida provisória em 17 de julho para devolver os valores desviados e, segundo dados divulgados pelo INSS, mais de R$ 1 bilhão já foi restituído a aposentados que firmaram acordo com o órgão.
Além da prisão, a Polícia Federal realizou buscas em diversos endereços ligados a Antunes e ao empresário Mauricio Camisotti, que também foi preso na mesma operação, acusado de ser sócio oculto de Antunes.