Governo federal sanciona leis que valorizam duas expressivas manifestações culturais da Bahia, destacando seu papel na fé, identidade e economia nacional
O governo federal oficializou o reconhecimento do Carnaval de Salvador e da Romaria de Bom Jesus da Lapa como expressões da cultura nacional. A sanção das leis, assinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última sexta-feira (5), foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (8), conferindo às duas celebrações status de patrimônio imaterial brasileiro.
Com a nova legislação, o Estado se compromete a fomentar e proteger essas tradições. No caso da romaria, o texto autoriza o governo a implementar políticas públicas voltadas à segurança dos romeiros, apoio logístico durante o trajeto ao santuário, além da promoção de celebrações e registro da manifestação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A Romaria de Bom Jesus da Lapa, que reúne cerca de 600 mil fiéis anualmente entre os dias 28 de julho e 6 de agosto, é considerada uma das maiores manifestações religiosas do país. A peregrinação teve início em 1691, quando o português Francisco de Mendonça Mar se instalou em uma gruta no oeste baiano, dando origem ao atual Santuário com suas 16 grutas, incluindo o simbólico Morro da Lapa, que atinge 90 metros de altura.
Já o Carnaval de Salvador, proposto como patrimônio cultural por meio de projeto da deputada Alice Portugal (PCdoB), é reconhecido não apenas por sua grandiosidade artística, mas também por seu impacto econômico. Em 2025, o evento atraiu mais de 3,5 milhões de turistas à Bahia — sendo 850 mil apenas na capital, gerando uma receita superior a R$ 7 bilhões, superando inclusive os resultados pré-pandemia.
A edição de 2025 teve início com o tradicional “padê” comandado por Carlinhos Brown e o desfile do Trio 40 Anos de Axé no circuito Osmar. Para 2026, o tema será “110 Anos de Samba”, celebrando a gravação histórica de “Pelo Telefone” em 1916, reforçando Salvador como epicentro da cultura afro-brasileira.
Com a chancela federal, ambas as manifestações reforçam seu papel como símbolos da diversidade e riqueza cultural brasileira, com relevância social, histórica e econômica incontestável.