Com o tema “Ler é Massa!”, festival reúne mais de 60 autores e promete experiências imersivas em arte, educação e diversidade entre 23 e 26 de outubro
Cachoeira, no Recôncavo Baiano, já respira os ares da 13ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), marcada para acontecer entre os dias 23 e 26 de outubro de 2025. Com o lema popular e provocativo “Ler é Massa!”, o evento traz uma programação robusta com mais de 60 autores do Brasil e do mundo, além de apresentações artísticas, rodas de conversa e experiências voltadas à valorização da leitura como ferramenta de transformação social.
A FLICA 2025, anunciada oficialmente em coletiva na Biblioteca Central do Estado da Bahia, se consolida como um dos maiores encontros literários do país, movimentando não apenas o cenário editorial, mas também o turismo, a economia criativa e a cultura local. A curadoria, assinada por Wesley Correia, Emília Nuñez, Deco Lipe e Linnoy Nonato, aposta em uma abordagem ampla, que integra literatura, música, identidade e resistência.
Tenda Paraguaçu: Literatura como instrumento de resistência
Principal espaço de debates da FLICA, a Tenda Paraguaçu reafirma sua vocação como território de pensamento crítico. Autores nacionais e internacionais se reúnem para dialogar sobre literatura como prática política e cultural. Entre os destaques estão nomes como Gregório Duvivier, Rita Batista, Russo Passapusso, Bárbara Carine, Lirinha e o escritor palestino Atef Abu Saif.
“A literatura segue viva e pulsante, mesmo num mundo de telas. Este espaço é um convite à reflexão e ao encontro”, destaca Wesley Correia, um dos curadores.
Fliquinha: Leitura desde a infância, com ludicidade e ancestralidade
Voltada ao público infantojuvenil, a Fliquinha oferece uma programação vibrante que mistura contação de histórias, teatro, poesia e música. Escritores mirins, artistas consagrados como Roseana Murray, Tino Freitas e Vovó Cici de Oxalá se juntam para mostrar que o livro pode ser tão encantador quanto qualquer tela.
“O desafio é transformar o livro em um brinquedo de palavras e ideias. A infância também é literatura”, afirma Emília Nuñez.
Geração FLICA: O pop da literatura jovem
Voltada ao público adolescente e jovem adulto, a Geração FLICA promove mesas que abordam temas como identidade, afetos, sexualidade, redes sociais, racismo e afrofuturismo. Passam pelo espaço nomes como Paula Pimenta, NegaFyah, Goka, Mariana Paiva e o indígena Ezequiel Vitor Tuxá.
“É uma literatura pulsante, conectada com a realidade e com os desejos da juventude”, aponta o curador Deco Lipe.
Arte em cena: Palcos celebram música e herança cultural
Além dos livros, a FLICA também canta. Dois espaços o Palco dos Ritmos e o Palco Raízes conectam o público com a musicalidade do Recôncavo. Entre as atrações confirmadas estão Adão Negro, Lazzo Matumbi, Sine Calmon, Autorais, Coral Afro da Bahia, JP Castelhano e Amarildo Fire, que comanda o Flicaokê.
“Música é leitura em outra forma. Cada show é também um conto cantado”, comenta o curador artístico Linnoy Nonato.
Novos rostos da festa: Embaixadores ampliam o alcance
Pela primeira vez, a FLICA contará com embaixadores oficiais, figuras públicas que ajudarão a aproximar o festival de novos públicos. Entre os escolhidos estão o humorista Leozito Rocha, o casal de artistas Nanda Costa e Lan Lanh, e a educadora Vanessa Dantas, homenageada pela sua atuação na região e pelo incentivo contínuo à leitura.
Um projeto coletivo
Realizada pela Schommer Produções, a FLICA 2025 conta com patrocínio do Governo da Bahia, Caixa Econômica Federal e Governo Federal, com apoio de entidades como EMBASA, ACELEN e Fundação Pedro Calmon. A parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a livraria LDM também viabiliza a estrutura de um evento gratuito, acessível e voltado a todos os públicos.
Com uma curadoria plural e uma programação que abraça desde a infância até a maturidade literária, a FLICA 2025 promete ser mais que uma festa: um espaço de escuta, celebração e pertencimento onde ler é, de fato, massa.
Foto: Divulgação