Capital está atrás de Recife, Fortaleza, Aracaju e João Pessoa; o Índice de Bem-estar Urbano é de 0,7719
Levantamento inédito do Observatório das Metrópoles, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revela que o Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu) da cidade de Salvador é pior do que o indicador de capitais como Recife (PE), Fortaleza (CE), Aracaju (SE) e João Pessoa (PB). A pesquisa mediu o bem-estar nos 5.565 municípios do País.
No ranking geral, considerando todos os municípios do Brasil, as cinco primeiras colocadas estão no Estado de São Paulo. Buritizal é a campeã nacional (0,951). Na 5.565.ª posição, o pior índice é de Presidente Sarney (MA), com 0,444.
Ranking das 27 capitais brasileiras
- Vitória (ES) – 0,9000
- Goiânia (GO) – 0,8742
- Curitiba (PR) – 0,8740
- Belo Horizonte (MG) – 0,8619
- Porto Alegre (RS) – 0,8499
- Campo Grande (MS) – 0,8275
- Aracaju (SE) – 0,8214
- Rio de Janeiro (RJ) – 0,8194
- Florianópolis (SC) – 0,8161
- Brasília (DF) – 0,8131
- Palmas (TO) – 0,8129
- São Paulo (SP) – 0,8119
- João Pessoa (PB) – 0,7992
- Fortaleza (CE) – 0,7819
- Recife (PE) – 0,7758
- Salvador (BA) – 0,7719
- Cuiabá (MT) – 0,7704
- Natal (RN) – 0,7383
- Boa Vista (RR) – 0,7249
- Teresina (PI) – 0,7218
- Maceió (AL) – 0,7036
- São Luís (MA) – 0,7003
- Rio Branco (AC) – 0,6972
- Manaus (AM) – 0,6903
- Belém (PA) – 0,6593
- Porto Velho (RO) – 0,6542
- Macapá (AP) – 0,6413
O estudo Ibeu Municipal avaliou cinco indicadores de qualidade: mobilidade urbana, como o tempo de deslocamento de casa para o trabalho; condições ambientais (arborização, esgoto a céu aberto, lixo acumulado); condições habitacionais (número de pessoas por domicílio e de dormitórios); serviços coletivos urbanos (atendimento adequado de água, esgoto, energia e coleta de lixo); e infraestrutura.
A dimensão que apresenta a pior situação de bem-estar, nacionalmente, é a infraestrutura das cidades: 91,5% dos municípios estão em níveis ruins e muito ruins. Para avaliar a infraestrutura, o Observatório considerou sete indicadores: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Somente um município apresenta condição muito boa de infraestrutura: Balneário Camboriú (SC).
Para Marcelo Ribeiro, professor da UFRJ e pesquisador do Observatório, o Ibeu revela uma desigualdade regional. “Os municípios que apresentaram as melhores condições estão nas regiões Sudeste e Sul, um pouco no Centro-Oeste. Os piores índices, em geral, estão no Norte e Nordeste, e também no Centro-Oeste, uma zona de transição”, disse.
Arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Lúcio Gomes Machado destaca que Palmas e Brasília, com melhores Índices do que a capital paulista, são cidades planejadas. “Uma cidade razoavelmente planejada, ainda que seja mal gerida, carrega durante bom tempo esse planejamento como trunfo positivo.” Segundo Machado, a falta de integração com os municípios da região metropolitana e o crescimento desordenado de São Paulo ajudam a explicar a 12.ª posição entre as capitais.
Com Informações do Estadão; Foto: Governo da Bahia/Divulgação .